Que parte de mim gosta tanto de vc? Vira e volta e tá lá... O pensamento corre, foge pra vc e essa parte de mim que gosta de vc é a minha parte mais insistente e teimosa e imprudente e incansável...
Tantos homens para amar e fui, dentre todos, escolher o mais errado, o mais pedante, o mais estranho e o mais louco...
E daí que vc é inteligente? Deve ter uma penca de homens mais inteligentes por aí? E daí que eu não conheço nenhum, eu não conheço tanta gente assim.... E bocas lindas também nem devem ser difíceis de achar...
Uma merda que o seu pacote de perfeição venha cheio de imperfeições chatas anexadas, acho o fim você não ter se apaixonado por mim esse tanto que me apaixonei por vc, muito sem graça isso... Você devia pagar 50 flexões de braço por cada lembrança boa que deixou, ou melhor, EU devia pagar 50 abdominais por cada pensamento em você... Eu poderia até continuar sozinha, mas seria uma solitária com barriga de tanquinho!
Esse troço de gostar é uma bosta, sempre alguém se fode, e em geral sou eu!
Não é mimimi, é uma reflexão existencial, coerente e vanguardista acerca desse coisa besta que é amar alguém, acho desnecessário, alienante e um pouco burguês esse papo de amor romântico e tals, isso era bom na época de Lord Byron que não tinha televisão, internet nem video game, coisa boba a gente idealizar o outro só por causa de uns bons papos, meia dúzia de amassos e uma boca que parecia derreter em contato com a sua... Ahhh a boca!!! (Merda! Peraê, vou ali pagar 50 abdominais!)
Em geral eu gosto da minha companhia, mas é que a sua era bem boa também e você tinha um jeito peculiar de me fazer rir e também gostava de coisas bestas, tinha teorias loucas sobre as coisas mais aleatórias! E tinham aqueles momentos, em situações randômicas, em que alguém fazia alguma referência, ou dizia alguma frase sobre a qual tivéssemos falado ou rido juntos, em que a gente se olhava e se entendia e ria de novo e ninguém entendia o nosso riso, qual o nome disso mesmo? Ah tá... Cumplicidade...
Mas deixa isso pra lá, vamos terminar este post com alto astral, quem melhor do que Augusto dos Anjos?! (Contém ironia)
"O beijo, amigo, é a véspera do escarro,
A mão que afaga é a mesma que
apedreja.Se a alguém causa inda pena a tua
chaga,
Apedreja essa mão vil que te afaga,
Escarra nessa boca que te
beija!"
Neurastenia & Glamour
E mais um monte de coisas randômicas e aleatórias...
domingo, novembro 10, 2019
Rede de apoio
A minha última postagem foi um desabafo, uma sessão de terapia baixa renda, um expurgo, vulgo - tirar esqueletos do armário.
Parte de um processo terapêutico de uma depressiva em tratamento.
Recebi apoio, conforto, ombros, afagos emocionais, tão importantes para te reconectar com o que há por aí de belo e feliz, para iluminar a escuridão de dentro.
Rede de apoio é tudo para quem está enfrentando a depressão, se puderem, sejam essa mão que puxa para dar fôlego.
O depressivo, muito frequentemente se sente invisível, é bom sentir-se acolhido, abraçado.
A mensagem que transcrevo abaixo me chegou por Whatsapp e divido com vocês com a devida permissão da autora, minha tia querida.
Obrigada por isso, obrigada pelo tempo, pela disponibilidade, por estar perto mesmo tão longe.
"Enquanto algumas citam Nietzsche, outros citam Adriane Galisteu (cada um dá aquilo que tem). E hoje eu tenho uma frase profunda dessa filósofa contemporânea especialmente pra você: "O fundo do poço não tem ralo, tem mola".
Tenho falado com algumas pessoas ultimamente. Todas estão fudidas da cabeça. Eu mesma tenho Psiquiatra marcada no dia 20 de novembro (só conseguimos essa data porque está lotado). Sairei de lá e quem sabe irei beber antes de começar novamente com meus queridos antidepressivos. Isso só para que você saiba que sua dor é imensa, mas junto contigo há tantos outros. Cada um tentando pegar um limão e fazer uma limonada com a sua vida.
O que temos é uma doença. Ponto. Talvez ela esteja diretamente ligada ao nosso abismo interior- talvez pessoas como nós tenhamos uma "capacidade" maior de entrega a ele e questionamentos interiores que a maioria das pessoas não tem. E enxergar tanta complexidade gera medo, que se traduz nas pequenas tarefas cotidianas - Como vou levantar amanhã? Como vou entrar nesse emprego? - qualquer coisa se transforma em uma árdua tarefa, pois sofrer cansa. Pensar cansa. Questionar cansa. E temer cansa.
E por qual razão temos que ser felizes o tempo todo? Acordar e dar bom dia ao Sol? Até nisso a sociedade nos massacra: Você tem que ser jovem, magro, bem sucedido, querido....e feliz. Não, você não tem. Abrace a depressão. Curta a depressão. Ela é sua.
Eu acho que que nossa tarefa, para nós doentes de depressão, é sobreviver a cada dia. Um dia de cada vez. Aceitando as nossas limitações de humor, de falta de resiliência e capacidade para tantas coisas...podemos sim nos perdoar por não sermos capazes de realizar coisas que queríamos fazer. E fazer o que der. Um dia de cada vez, repito. Cada vitória pequena nossa pode ser celebrada interiormente e silenciosamente - hoje eu consegui gravar um vídeo, hoje fiz um almoço gostoso e saí da cama, hoje mandei 5 currículos ou terminei de ler um livro - coisas que jamais teríamos feito se tivéssemos nos matado quando tudo isso começou.
Portanto, minha Sobrinha, amada, tão minha, tão eu. Te digo uma coisa, meus parabéns. És uma lutadora. Você está viva. E essa é a nossa meta. Um dia por vez, sem grandes cobranças.
ESSA FASE VAI PASSAR. Como todas que já tivemos. E aí, só então, a felicidade virá sem que você perceba ou se cobre por isso. Em momentos. Felicidade constante não existe.
Parte de um processo terapêutico de uma depressiva em tratamento.
Recebi apoio, conforto, ombros, afagos emocionais, tão importantes para te reconectar com o que há por aí de belo e feliz, para iluminar a escuridão de dentro.
Rede de apoio é tudo para quem está enfrentando a depressão, se puderem, sejam essa mão que puxa para dar fôlego.
O depressivo, muito frequentemente se sente invisível, é bom sentir-se acolhido, abraçado.
A mensagem que transcrevo abaixo me chegou por Whatsapp e divido com vocês com a devida permissão da autora, minha tia querida.
Obrigada por isso, obrigada pelo tempo, pela disponibilidade, por estar perto mesmo tão longe.
"Enquanto algumas citam Nietzsche, outros citam Adriane Galisteu (cada um dá aquilo que tem). E hoje eu tenho uma frase profunda dessa filósofa contemporânea especialmente pra você: "O fundo do poço não tem ralo, tem mola".
Tenho falado com algumas pessoas ultimamente. Todas estão fudidas da cabeça. Eu mesma tenho Psiquiatra marcada no dia 20 de novembro (só conseguimos essa data porque está lotado). Sairei de lá e quem sabe irei beber antes de começar novamente com meus queridos antidepressivos. Isso só para que você saiba que sua dor é imensa, mas junto contigo há tantos outros. Cada um tentando pegar um limão e fazer uma limonada com a sua vida.
O que temos é uma doença. Ponto. Talvez ela esteja diretamente ligada ao nosso abismo interior- talvez pessoas como nós tenhamos uma "capacidade" maior de entrega a ele e questionamentos interiores que a maioria das pessoas não tem. E enxergar tanta complexidade gera medo, que se traduz nas pequenas tarefas cotidianas - Como vou levantar amanhã? Como vou entrar nesse emprego? - qualquer coisa se transforma em uma árdua tarefa, pois sofrer cansa. Pensar cansa. Questionar cansa. E temer cansa.
E por qual razão temos que ser felizes o tempo todo? Acordar e dar bom dia ao Sol? Até nisso a sociedade nos massacra: Você tem que ser jovem, magro, bem sucedido, querido....e feliz. Não, você não tem. Abrace a depressão. Curta a depressão. Ela é sua.
Eu acho que que nossa tarefa, para nós doentes de depressão, é sobreviver a cada dia. Um dia de cada vez. Aceitando as nossas limitações de humor, de falta de resiliência e capacidade para tantas coisas...podemos sim nos perdoar por não sermos capazes de realizar coisas que queríamos fazer. E fazer o que der. Um dia de cada vez, repito. Cada vitória pequena nossa pode ser celebrada interiormente e silenciosamente - hoje eu consegui gravar um vídeo, hoje fiz um almoço gostoso e saí da cama, hoje mandei 5 currículos ou terminei de ler um livro - coisas que jamais teríamos feito se tivéssemos nos matado quando tudo isso começou.
Portanto, minha Sobrinha, amada, tão minha, tão eu. Te digo uma coisa, meus parabéns. És uma lutadora. Você está viva. E essa é a nossa meta. Um dia por vez, sem grandes cobranças.
ESSA FASE VAI PASSAR. Como todas que já tivemos. E aí, só então, a felicidade virá sem que você perceba ou se cobre por isso. Em momentos. Felicidade constante não existe.
Não aceite essa história de "tudo pode ser, se quiser será, sonho sempre vem pra quem sonhar". Isso é balela de Xuxa, ouvimos tanto essa merda que ficamos desajustados por metas inalcançáveis que enfiaram na nossa cabeça, pura pressão. Não, nada de sonho. O sonho é sobreviver fazendo o seu melhor a cada dia. Deu pra tomar banho hoje? Ótimo. Até a fase PASSAR.
Pare de se cobrar. Não aceite cobrança de ninguém. Um passo por vez. Até sair do buraco. Você não está sozinha. Me dá a mão e vamos juntas. Fechado? Te amo.❤"
quarta-feira, outubro 30, 2019
Abismo
Quando você é depressiva, a
primeira batalha do seu dia é contra sua mente, seus sentimentos, sua contínua
e massacrante incapacidade de adequação ao cotidiano, essa dor que é viver.
Nunca apta, nunca inteira.
Me lembro de um filme de minha
infância em que o personagem principal lutava contra o avanço do “NADA”. Esse "NADA-conceito" personificava o vazio da ausência de motivação, esperança e luz. Era o mal em sua
forma mais primitiva, não inerentemente mal, mas o mal pela ausência absoluta do
bem e do belo.
Tive tanto medo daquele vazio, da
quase morte de tristeza do herói solitário em um pântano de angústias, quando
ele perde seu cavalo e se percebe sozinho pela primeira vez. Insolitamente,
para uma menina de 7 anos, aquele sentimento
me pareceu tão meu...
Nós somos inimigos cruéis de nós
mesmos, nos conhecemos bem demais, cada falha de caráter, cada ponto obscuro de
nossa persona, cada meandro escondido de sentimento, temos munições demais, é
uma luta injusta, silenciosa e absurdamente dolorosa porque nos fere em nossos pontos
mais fracos, abre as feridas que julgamos cicatrizadas.
Segui sozinha o resto do caminho,
mas diferente do herói resignado que busca forças para sair da lama de seu pântano
de desespero
, eu olhei para o abismo e não consegui mais desviar meu olhar dele.
, eu olhei para o abismo e não consegui mais desviar meu olhar dele.
quinta-feira, janeiro 12, 2017
É janeiro, o tempo tem uma pressa
louca. Acende um incenso de Jasmim Massala, pra acalmar a alma. Chove. Fora e
dentro. Não é tristeza, é alguma urgência louca que inventa, um medo besta,
desses que paralisa, igual a veneno de cobra.
Há 38 anos sente medo, não aprende a superá-lo, só coexiste, em conflito
permanente. Oriente Médio emocional. Companheiro cruel, irônco e sádico. O criou,
seu monstro, Mr. Hyde. Onipresença sufocante.
Porque faz isso? Porque machuca assim? Nossa mente pode
ser um cárcere solitário.
38 anos e ainda precisa de uma
mão que guie. Será sempre assim?
Foi fazendo o caminho sem notar,
essa mão que guia nunca apareceu, ainda é só, desbravando, abrindo caminhos
mesmo sem perceber, porque não há outra opção além de seguir. Apesar da
consciência de que sempre foi a mão guia, o medo atormenta, embota os sentidos,
ainda paralisa. O que a faz seguir lado a lado com ele? Deve ser alguma coragem
covarde que a habita, nada heroico, só uma coragenzinha tímida, o suficiente
pra fazer ir adiante. Talvez nem seja coragem, coragem é um adjetivo muito
glorioso pra essa flâmula frágil e oscilante que carrega, provavelmente é só o
instinto de sobrevivência mais básico e rudimentar, presente em cada ser desde
os primórdios da humanidade.
Toca “Carmina Burana”. Busca a
força da música. É poderosa, destemida, vibrante, crescente, arrepia os pelos.
Ajuda. É terapia rudimentar mas valiosa, a música salva!
Acende um cigarro. Acende tudo
que pode fora para iluminar dentro. Ajuda mas é fulgaz.
Não busca mais respostas, porque
quando as encontra surgem novas dúvidas, uma dialética sem fim. Ouroboros, a
serpente que devora a própria cauda. Eternidade. Respostas são ilusões
dissimuladas. Cortina de fumaça.
Mas o que faz aqui, analisando sua
psique em crônica, senão desesperadamente buscá-las? Sim, as respostas. Essas
ninfas mitológicas e fugidias num bosque escuro e triste repleto de dúvidas,
permeado de medos.
segunda-feira, abril 01, 2013
Carta à Beatriz
Filha amada,
Hoje completas 5 anos e o que eu gostaria de poder lhe dar de presente para que você levasse vida afora é auto-estima, acredito que este seja o bem maior que podemos ter, e sei disso porque tive que viver grande parte de minha vida sem ela, e hoje consigo identificar períodos em que tudo teria sido muito mais suave e fácil de lidar se eu a tivesse comigo.
Infelizmente nossa auto-estima vai sendo testada no decorrer de nossa existência e se ela não estiver fixada sobre bases fortes, a primeira rejeição a leva embora e recuperá-la depois é uma tarefa árdua.
Gostaria imensamente de lhe garantir que sua vida será cheia de felicidade, conquistas, realizações, portas que se abrem, pessoas que lhe sorriem, mas infelizmente, no caminho para tudo isso você também vai encontrar uma série de nãos, dificuldades, decepções, tristezas e não há como ser diferente porque tudo isso é viver, e está tudo no mesmo pacote e é aí que entra a auto-estima, ela é a força motriz que não te permite parar, que te impulsiona, que te refaz depois de uma queda e digo isso princesa, porque na tua vida você não encontrará ninguém em quem possa confiar mais do que você mesma, então é bom que você saiba que por mais que as pessoas que te amam e te querem bem estejam próximas em todos os momentos de sua vida, algumas batalhas você vai travar sozinha, algumas tristezas você irá superar sozinha, e nesses momentos é fundamental que o teu amor-próprio seja forte o suficiente para te fazer levantar, para te fazer ir em frente, segura de si mesma e segura da sua vitória.
Então se tem um conselho valoroso que quero lhe dar, o conselho é: AME-SE.
Ame-se a despeito de tudo e de todos, ame-se em qualquer tempo e independente de qualquer fator externo, ame-se como se você mesma fosse o seu primeiro e grande amor, apaixone-se por si mesma, viva o êxtase de passar 24hs por dia, todos os dias de sua vida ao lado do seu mais puro e verdadeiro amor: VOCÊ MESMA, e este amor será o único com o qual você poderá contar para sempre, um amor que não trairá sua confiança, que não lhe será desleal, e que não a abandonará jamais, um amor-perfeito.
Ame-se a despeito de tudo e de todos, ame-se em qualquer tempo e independente de qualquer fator externo, ame-se como se você mesma fosse o seu primeiro e grande amor, apaixone-se por si mesma, viva o êxtase de passar 24hs por dia, todos os dias de sua vida ao lado do seu mais puro e verdadeiro amor: VOCÊ MESMA, e este amor será o único com o qual você poderá contar para sempre, um amor que não trairá sua confiança, que não lhe será desleal, e que não a abandonará jamais, um amor-perfeito.
A auto-estima fará com que você seja leal aos seus princípios, seja condescendente com os teus defeitos e encare com ânimo os desafios que aparecerem.
E amar a si mesma não implica egoísmo, megalomania ou auto-centrismo, você pode muito bem amar a si mesmo e aos outros, creio até que a pessoa que se ama e se valoriza seja até mesmo mais capaz de amar aos outros, pois conhece a si próprio e exercita o amor e a benevolência em si mesmo.
Te amo demais, mas espero de coração que um dia você se ame mais até do que eu amo você!
domingo, março 24, 2013
E...
e tem sempre esse gosto estranho as despedidas
e tem essa palpitação, essa urgência de sei lá o que...
e tem a conta virada e a fatura do cartão, suprimindo o amor
e tem a cama por fazer, a carne para descongelar, a roupa pra passar
e tem os quadros tortos e as paredes para pintar
e tem a balança que intimida
e tem a doença auto-imune pra tratar
e tem pilhas de documentos para serem emitidos
e tem os amores sazonais que por vezes temperam e outras azedam
e tem que resistir ao chocolate
e tem a meia que desfia
e tem Caetano dando o tom
e tem as noites de domingo melancólicas
e tem as angústias e as dores
e essas cicatrizes mal curadas
e tem um tanto de dúvidas e bem poucas certezas no cardápio do dia
e tem os livros esperando para serem lidos
e a falta de tempo
e tem que seguir
e tem que ser forte, ser rocha
e tem o dever de casa com minha filha
e tem a raiz do cabelo embranquecendo
e tem os pés de galinha despontando
e tem Saturno retrógrado, e os Chakras em colapso
e tem o descontrole, os hormônios, a TPM
e tem a endoscopia pra fazer
e tem o contra-cheque, o contra-tempo, o contra-gosto
e tem que existir
e declarar o imposto de renda
e tem os sonhos deixados pra trás
e tem a glicose em desequilíbrio
e tem o colesterol alto
e tem o salto alto
e tem que passar no chaveiro, consertar o ferrolho
e tem as lembranças
e tem as saudades
e vem o cansaço
e não tem desfecho
Fecho os olhos e adormeço.
e tem essa palpitação, essa urgência de sei lá o que...
e tem a conta virada e a fatura do cartão, suprimindo o amor
e tem a cama por fazer, a carne para descongelar, a roupa pra passar
e tem os quadros tortos e as paredes para pintar
e tem a balança que intimida
e tem a doença auto-imune pra tratar
e tem pilhas de documentos para serem emitidos
e tem os amores sazonais que por vezes temperam e outras azedam
e tem que resistir ao chocolate
e tem a meia que desfia
e tem Caetano dando o tom
e tem as noites de domingo melancólicas
e tem as angústias e as dores
e essas cicatrizes mal curadas
e tem um tanto de dúvidas e bem poucas certezas no cardápio do dia
e tem os livros esperando para serem lidos
e a falta de tempo
e tem que seguir
e tem que ser forte, ser rocha
e tem o dever de casa com minha filha
e tem a raiz do cabelo embranquecendo
e tem os pés de galinha despontando
e tem Saturno retrógrado, e os Chakras em colapso
e tem o descontrole, os hormônios, a TPM
e tem a endoscopia pra fazer
e tem o contra-cheque, o contra-tempo, o contra-gosto
e tem que existir
e declarar o imposto de renda
e tem os sonhos deixados pra trás
e tem a glicose em desequilíbrio
e tem o colesterol alto
e tem o salto alto
e tem que passar no chaveiro, consertar o ferrolho
e tem as lembranças
e tem as saudades
e vem o cansaço
e não tem desfecho
Fecho os olhos e adormeço.
sábado, março 02, 2013
O milenar Dedo Podre
Daí vc realiza que é imã de maluco.
Que você tem aquele incrível talento de encontrar num raio de quilômetros o carinha tarja preta com transtorno de personalidade borderline, ou o megalomaníaco narcisista incapaz de amar qualquer coisa que não reflita a sua própria imagem, ou o fulano que vampiriza energia...
Minha vida é uma enciclopédia desses tipinhos mal acabados, tá achando familiar amiga? Rá, bem vinda ao time! Aposto que 9 entre 10 mulheres já esbarraram com um desses, que se não se enquadram no CID 10 - Classificação Internacional de Doenças, é puramente caso de filhadaputice pura e simples mesmo, uma graça...Só que não!
Uma coisa é importantíssima se saber: NÃO, a culpa NÃO é sua! Isso pode ser genético, fruto de uma primeira infância caótica, síndrome de Peter Pan ou qualque bizarrice que o valha. Não procure muita explicação não, se possível, pule uma casa e vá direto ao próximo!
Em caso de pânico: Doritos
Vodka
Aspirina
Repita.
Detectando um TPB - Transtorno de Personalidade Borderline
Desconfie muito se ele demonstrar paixão logo de cara e oscilar muito de sentimento, tipo, em uma semana ele fala de amor e na semana seguinte ele se torna o alter ego do mestre dos magos, exceto se for geminiano, nesse caso é normal, geminianos tem sempre 2 personalidades Ruth/Rachel, e em alguns casos desenvolvem até um Tonho da Lua... Confuso!
Os TPB´s alternam períodos de euforia intensa e ostracismo absoluto!
Se ainda não estiver apaixonada, corra 3 dias sem olhar para trás até garantir distância segura!
TPB´s só podem ter relacionamentos longos com seus analistas.
Abra os olhos com as figurinhas que somem e aparecem do nada... Se não forem ilusionistas, fatalmente são TPB´s, manda com passagem só de ida para a Ilha de Lost, caso perdido amiga!!!
Detectando um Narcisista Patológico
Há aqui um risco muito comum: Narcisistas patológicos têm altíssima probabilidade de serem pseudo-heteros, o povo do armário, um dia eles chegam em Nárnia...
É simples reconhecer um narcisita: Logo no primeiro encontro vc já vai saber a música favorita, a árvore genealógica, as incríveis aptidões dele, quanto ele tem de bíceps e a carga de ferro que ele puxa nas pernas na academia e ele só vai saber o seu primeiro nome...
Se quiser ter a derradeira certeza, no meio da conversa, subitamente, feche os olhos e pergunte: Qual a cor dos meus olhos? Para o narcisista patológico esta será a pergunta de 1 milhão de dólares!
Estes são bem comuns, cada esquina tem um, nas academias eles se reproduzem como mariposinhas de luminárias no verão! Fique esperta!
Detectando Vampiros Energéticos
Infelizmente amiga, nem só de Cullens são feitos os vampiros, o que tem de Volturi solto por aí...Humpf!
Enfim, esse é o tipo mais difícil de detectar pq ele age em nível de energia, sugando, exaurindo...
Você passa um tempo com a pessoa e de repente se dá conta que a sua vida virou de cabeça pra baixo, a conta tá virada, o nome foi pro SPC, vc perdeu o emprego... Daí vc liga os pontos e Eureka! O cara é um cavaleiro do apocalipse!
Mas as trombetas de Jericó realmente vão soar, quando vc encontrar os 3 distúrbios em um único espécime, aí amiga só exorcismo ou banimento...
Meu conselho: Acenda um incenso de Ananda e ore!
Mas não se sinta sozinha, a maioria das mulheres vem desenvolvendo através da história a técnica milenar do dedo podre.
Assinar:
Postagens (Atom)