segunda-feira, março 12, 2012

L'amour est plus froid que la mort

Te guardei em um lugar especial, mas está guardado.
Guardado de mim e desse mundo estranho que não soube entender a gente, guardado das amarguras e tristezas.
Sempre penso no quanto fiz para mudar, mudar a você para se adequar a mim, mudar a mim para me adequar a você...Hoje vejo que já não cabíamos em nós e cada tentativa nos fazia dar mais um passo oposto, não havia mais caminhos para nós lado a lado.
Não sei em que momento me apaixonei por você, ou pela idéia de você, assim como não consigo decifrar o momento em que partimos, em que nos deixamos.
Olhando para trás, já entendo coisas que não entendia antes, mas ainda assim não consigo identificar o nascimento das alegrias, ou das tristezas, tudo se mistura, se homogeniza nesse mosaico de memória, um caleidoscópio de tantas sensações paradoxais.
Transformamo-nos em um degradé suave, ainda assim bonito, ainda assim genuíno, ainda assim verdadeiro.
Tá muito bem, algumas coisas simplesmente não dão certo, ou dão tão certo que se consomem rápido demais, não importam mais os motivos, não há mais culpa, restou a paz e a quietude.
Te peço que me guarde também com certo cuidado e gentileza, se for possível, para que possamos repousar felizes naquilo que um dia fomos.
Desculpe-me por deixá-lo ir, quiçá por fazê-lo ir, é que foi doloroso sentir-me só estando a dois, estava pesado, estava triste e nós podíamos ser tudo, menos tristes, não servia em nós a tristeza.
Ficou o silêncio de promessas não ditas e o estrondo de ofensas vociferadas, dois lados da mesma moeda, o sentir.
Talvez ainda exista o encontro, talvez exista o depois, talvez nunca, talvez...
Te dou a serenidade dos sorrisos que repousam em nossas lembranças, te dou este epitáfio do idílio romântico que um dia foi nosso, te dou meu silêncio e uma prece, para que encontres novos passos firmes em estradas suaves.

quarta-feira, março 07, 2012

Mulheres podem passar o dia com 60 calorias diárias, e se afogar em leite condensado quando algo vai mal, são melodramáticas, ansiosas, frenéticas.
Mulheres quase sempre perdem a medida do amor, amam demais, as vezes odeiam demais, amam errado, amam a todos antes de si mesmas.
Mulheres cuidam, antes mesmo de aprender a falar e seguem cuidando o resto da vida...
Mulheres se perdem nas contas do cartão de crédito, no cheque especial mas não perdem a pose!
Mulheres têem hormônios demais, são descontroladas, bipolares, quase sempre a beira de um ataque de nervos.
Mulheres têem um savoir vivre encantador, molejo e borogodó nas mais adversas situações!
Mulheres querem colo, atenção e carinho mesmo quando se fazem de forte.
Mulheres são paradoxos encantadores, são labirintos mágicos!
Mulheres falam demais, com a boca, com os olhos, com as mãos, com o corpo todo!
Mulheres são delicadas, mas sabem guerrear, são suaves, mas sabem se fazer ouvir, são meninas até bem tarde apesar de se tornarem mulheres tão cedo!
Mulheres acolhem, protegem, são mães, amigas, são multitarefas!

Me orgulho um bom bocado dos meus cromossomos duplo x, sou tudo isso aí e um tantão mais!

Feliz dia mulheril!

domingo, março 04, 2012

Pequeno tratado sobre o tabagismo.

Os tabagistas são os novos maconheiros. Li isso num quadrinho, achei perfeito, não existe máxima mais verdadeira! Fumantes estão cada vez mais marginalizados, execrados, hostilizados.
Sou fumante desde os 19, e comecei a fumar por causa de Sharon Stone em "Instinto Selvagem", achava sexy, meio underground, meio glamuroso, eu sei, eu sei...Triste, mas verdade, comecei a fumar e a usar unhas postiças, queria aquela vibe bitch, mas nunca escondi picador de gelo embaixo do lençol, juro! Embora, confesso, que algumas vezes um picadorzinho teria sido providencial (Ai, como eu tô homicida!!!) kkkk
Brincadeiras a parte, sei que minha retórica vai soar totalmente "políticamente incorreta", mas sempre achei que um viciozinho salva de vez em quando, passei 9 meses sem fumar por conta da gravidez, e quase enlouqueci, pedia para os fumantes me darem "passes" de nicotina e sempre que cruzava com um dizia: Dá uma baforada em mim!
Saí da maternidade como? 20 kg acima do peso, inchada, cheia de pontos, e louca por um cigarro... Virei pro meu ex-marido, ainda no estacionamento da maternidade, e disse me dá um cigarro! Mas vc vai amamentar, ele argumentou, eu olhei para ele com fúria e disse: Se vc não me der um cigarro agora, eu vou apertar as suas bolas até nascerem peitinhos em vc para que vc mesmo amamente! Ele não titubeou e foi a melhor tragada da minha existência, sério!
Claro que não sou pró-cigarro, mas magoa vc estar caminhando na rua, feliz com seu veneninho lícito e a senhorinha que vem em sua direção olha para vc com desprezo e abana o ar em reprovação ao seu cigarro, tabagistas tem sentimentos, atrás deste cigarro também bate um coração, ainda que seja um coração com mais de 4.700 substâncias tóxicas... Pô, pega leve né?! 
E aquelas fotinhos atrás do maço? Gente, põe um pônei maldito, a foto do Reginaldo Rossi, um versinho mórbido de Augusto dos Anjos...Sei lá, sejamos mais criativos! Pé gangrenado é puxado pacas, cheguei a fazer um joguinho da memória recortando as figurinhas, mas não implacou, me chamaram de louca! Louca, eu, magina...
Mas os tempos são bem outros, quando comecei a fumar, ainda se fumava em shoppings, bancos, supermercados, restaurantes, Drauzio Varella ainda tinha cabelo e se ocupava dos presidiários do Carandiru, nem sonhava em fazer campanha anti-tabagista no Fantástico...
Fato é que não há mais espaço para vícios analógicos, só os digitais são permitidos, são tempos difíceis para os viciados do século passado, é por isso que vou parar de fumar, mas não agora, porque vai que o mundo acaba mesmo em dezembro, e eu passei o ano inteiro com vontade, nossa, já pensou: Parem com as erupções solares porque eu quero um cigarrooooo!!! Pegadinha né?! Então só me perturbem depois de 21.12.2012, pode to be!?

sexta-feira, março 02, 2012

A vida que leva a gente...

A vida dá uns olés lindos na gente, por isso desisti de fazer planos, você planeja, planeja e água. Melhor é viver a deriva, curtindo as novas experiências e deixando o caminho se fazer ao caminhar, expectativa atrapalha, angustia e aprisiona.
Só sei o que sinto, o que é real, cansei de me corroer pelo que não fiz, pelo que não tenho, pelo que não sou...Não importa o que se faça, a vida continua sendo essa cartolinha de mágico, e segue alheia a nossas vontades num fluxo constante, segue o fluxo com fé!
Só acredito no melhor, sempre acredito, mas não espero, não é a toa que deram esse nome significativo ao presente, é a única coisa real, o resto...Ah o resto é Matrix! There is no spoon, saca?
Tirei um peso giga das costas quando parei com o imediatismo atordoante, quando deixei de acreditar nos outros para acreditar em mim, quando resolvi não dar audiência para o que os outros pensam sobre como vivo a minha vida, quando parei de esperar e comecei a apenas receber, é tão superiormente gratificante!
E sigo desvendando, descobrindo, vou como um bandeirante, abrindo caminhos no desconhecido. Os abacaxis aparecem, sempre aparecem, faço Piña Colada deles.
Nada nunca veio muito fácil na minha vida, plagiando Clarice, nunca recebi os seixos polidos, sempre rolei pedras, e sigo rolando, mas não tenho do que me queixar, cheguei inteira, embora tenha estado aos pedaços aqui e ali e quem não tem seus momentos quebra-cabeça não é mesmo? Isso é parte da aventura, juntar os pedaços e fazer sentido de novo e nessa constante reconstrução poder se reinventar e se conhecer mais, ir se amando um tantinho mais também, a cada entulho que retiramos do caminho, a cada ferida cicatrizada, a cada dor que se cala.
Tenho feito um bom trabalho até aqui!