Te guardei em um lugar especial, mas está guardado.
Guardado de mim e desse mundo estranho que não soube entender a gente, guardado das amarguras e tristezas.
Sempre penso no quanto fiz para mudar, mudar a você para se adequar a mim, mudar a mim para me adequar a você...Hoje vejo que já não cabíamos em nós e cada tentativa nos fazia dar mais um passo oposto, não havia mais caminhos para nós lado a lado.
Não sei em que momento me apaixonei por você, ou pela idéia de você, assim como não consigo decifrar o momento em que partimos, em que nos deixamos.
Olhando para trás, já entendo coisas que não entendia antes, mas ainda assim não consigo identificar o nascimento das alegrias, ou das tristezas, tudo se mistura, se homogeniza nesse mosaico de memória, um caleidoscópio de tantas sensações paradoxais.
Transformamo-nos em um degradé suave, ainda assim bonito, ainda assim genuíno, ainda assim verdadeiro.
Tá muito bem, algumas coisas simplesmente não dão certo, ou dão tão certo que se consomem rápido demais, não importam mais os motivos, não há mais culpa, restou a paz e a quietude.
Te peço que me guarde também com certo cuidado e gentileza, se for possível, para que possamos repousar felizes naquilo que um dia fomos.
Desculpe-me por deixá-lo ir, quiçá por fazê-lo ir, é que foi doloroso sentir-me só estando a dois, estava pesado, estava triste e nós podíamos ser tudo, menos tristes, não servia em nós a tristeza.
Ficou o silêncio de promessas não ditas e o estrondo de ofensas vociferadas, dois lados da mesma moeda, o sentir.
Talvez ainda exista o encontro, talvez exista o depois, talvez nunca, talvez...
Te dou a serenidade dos sorrisos que repousam em nossas lembranças, te dou este epitáfio do idílio romântico que um dia foi nosso, te dou meu silêncio e uma prece, para que encontres novos passos firmes em estradas suaves.
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