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Honoré de Balzac |
Sei lá parece que a gente vai se conhecendo melhor, se sente mais a vontade com o que se é, aprendemos a rir mais, nos importar menos, valorizamos mais as vitórias e aprendemos a rir das derrotas.
Mas de tudo, de tudão mesmo, o que eu mais valorizo daqui do alto dos 34 é uma qualidade até meio escrota, que nem sei se dá para colocar na prateleira das qualidades, é mais um ponto de vista... É aquela manha que a gente pega de rir de si mesmo, tirando o peso das coisas, porque nessa altura da sua vida, já caiu aquela ficha, do tamanho de um bueiro, de que as coisas podem dar certo, mas muitas vezes dão errado e a gente se rala, tropeça, se lasca, engole sapo, chora no travesseiro, imagina se seria mais rápido e menos sofrido se jogar do trilho do metrô ou tomar um coquetel de ansiolítico, se quebra, se dói e ainda assim aprende a rir disso tudo, até das esperanças frustradas e ilusões perdidas. Porque nesse ponto da vida a gente já quebrou a cara tantas vezes, que a gente percebe que esta é só mais uma, nada demais, daí vc pede uma dose de José Cuervo com limão e tudo alivia.
Aos 18 vc é linda, fresca, rígida, tem uma bunda incrível mas perde tanto tempo precioso sofrendo pelo carinha que não liga, pelo amor perdido como se fosse único/último/especial. Aos 18 a gente planeja demais, sonha demais e executa bem pouco. Aos 18 temos pouquíssima experiência com fracassos e eles parecem terríveis demais. A gente sonha com uma independência utópica sem saber exatamente o preço dela. Aos 18 a gente se preocupa demasiadamente com as opiniões alheias (que grande perda de tempo!)
Aos 30 e bolinhas nós já desapegamos dos planos inflexíveis, dos amores perfeitos, da auto-censura militar, dos dogmas e das regras impostas, aprendemos a ler pessoas e a julgar menos e o melhor é que ainda existe muito, muito, muito amor para recomeçar!